segunda-feira, 30 de maio de 2011

Ele nasceu pra ser espinho, e ela, cicatriz.

Que droga!! Foi o que pensou ao chegar da rua.

Não sabia exatamente, talvez porque quisesse ser tão legal quanto nos livros que eu andou lendo, pode ter sido uma boa razão

Para ela ter decidido passar na frente de sua casa no trajeto para a faculdade.
Ideia pra lá de boba, decidiu depois.
O que estava pensando? Que fosse jogar uma pedrinha na janela do milésimo andar do prédio dele? Ou que o encontrasse na portaria esperando por alguém ou por algum milagre?
Não, ela sabia que ele não se preocupa com esse tipo de coisa e que também não se preocupa com ela. Não da maneira que ela gostaria.

Totalmente desprevinida, e já pensando em outros assuntos, ao dobrar a outra esquina, o viu sorrindo.

E, assim, sorrindo, descosturou a prega mal-feita que ela tinha providenciado para o próprio coração, na última vez que presenciou a mesma cena.


Sorte foi apenas o volume de seu mp3 estar nas últimas. Melhor assim, evitou ainda ouvir sua voz, o que, muito provavelmente teria surtido efeitos mais tristes.

Ela já não entende qual a razão de seu coração estar lutando tanto contra a realidade, contra ela própria. Ela não vê a hora desse filme chato acabar, e conseguir visualizar qualquer futuro menos infeliz que o antigo e desgastado presente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário